PLANO DE TRABALHO

 Introdução

O registro da memória e dos folguedos são os eixos principais do projeto, aliado também à formação, à cultura e à comunicação. Histórias de vida são contadas, recontadas e ressignificadas através da arte e da cultura. Fotografia, teatro, dança, artesanato e diversas outras formas de expressão são utilizadas nas vivências propostas pelo projeto.

A memória tem que ser tomada como elemento para o diálogo intergeracional, valorizando as experiências individuais e coletivas e, principalmente, as lembranças “escondidas” que muitas vezes representam histórias de dominação, verdadeiros “tesouros” na construção e afirmação de identidades. Essas descobertas poderão estimular novas formas de relações e apropriações de novos sentidos e valores. Dessa forma, o projeto objetiva também colocar “focos de luz” em pessoas e fatos que têm grande significado na história do território, mas se encontram no anonimato.

  Justificativa 

Os Bens Culturais de Natureza Imaterial dizem respeito às práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas). O Patrimônio Cultural Imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. É apropriado por indivíduos e grupos sociais como importantes elementos de sua identidade

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” Esta definição está de acordo com a Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo Brasil em março de 2006.

Para atender às determinações legais e criar instrumentos adequados ao reconhecimento e à preservação de Bens Culturais Imateriais, o IPHAN coordenou os estudos que resultaram na edição do Decreto nº. 3.551, de 04/08/2000 – que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) – e consolidou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INCR).

Em 2004, uma política de salvaguarda mais estruturada e sistemática começou a ser implementada pelo IPHAN a partir da criação do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI). Os princípios, ações e resultados da política de salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial no Brasil podem ser consultados no documento: Os Sambas, as Rodas, os Bumbas, os Meus e os Bois.

Em 2010, um novo instrumento – o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), instituído pelo Decreto nº. 7.387, de 09/12/2010 – passou a ser utilizado para reconhecimento e valorização das línguas portadoras de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

 

 Objetivos

 Geral:

Valorizar e preservar o patrimônio cultural imaterial, através de ações culturais que envolvam atividades com crianças, adolescentes e adultos da comunidade tradicional dos pescadores do Bairro da Barra.

 Específicos:

  • Reorganização dos grupos tradicionais da cultura local
  • Registrar os elementos de cultura do bairro da barra
  • Colocar “focos de luz” em pessoas e fatos que têm grande significado na história do território, mas se encontram no anonimato
  • Registrar as lembranças e vivências ainda presentes na memória dos moradores do bairro da barra

Metodologia/etapas:

As sete etapas que constituem o projeto não se apresentam de forma segmentada e estanque. Ao contrário, são interdependentes, portanto deverão, na medida do possível, ser desenvolvidas simultaneamente, entre as quais destacam-se: levantamento de elementos da cultura, reorganização dos grupos tradicionais da cultura local, organização de festivais da cultura local, entrevistas com pessoas da comunidade e oficinas de produção de material dos elementos culturais.

A coordenação do projeto está a cargo do pesquisador e historiador Dagoberto Coelho.